Nos encaixamos perfeitamente na imperfeição que compartilhamos, Somos um grande "faz de conta" que acaba feliz, Não sei se aqui eu menti, mas mantenho na balança... Poema 6#
Eu te perdoo pelo medo que tenho de cometer meus próprios erros,
me divido em você e encontro nessa parte
um lado menos bonito de mim,
e percebo que me endivido dos erros que prometi não cumprir.
Afogo você no meu amor pra não enxergar minha possível dualidade,
se enxergar um erro em mim, pode ser ele inteiro
e vai desistir de mim,
Vou ter que te perdoar e o final vai começar assim.
Nas profundezas do meu eu só existe nós,
não vire pros outros lados, não fique a sós.
Apresento-te o mundo que quero que você veja,
se aprofundar vai encontrar algo que talvez não deseja.
Sei que comete erros e neles eu me finco,
porque nos erros maiores sou eu que existo.
"Talvez você não seja madura ou crua demais pra entender", é o que te digo,
mas a verdade é que eu te designo o que não consigo.
Nem eu mesmo aturei ou concertei o que afirmo,
"A coisa toda é minha conta", eu te reafirmo.
Mas te importaria tanto, e te preocuparia tanto,
que talvez eu minta até pro seu próprio bem.
Eu não me faço bem, não sou bom pra mim
eu mal me conheço mas sei que sou ruim.
Sou mais mal que você e nisso eu não estou afim,
só prezo o seu bem, meu bem, e nisso eu não sei o fim.
Se eu te perguntar você até me conta,
que sabe de muita coisa que nem era da sua conta,
mas a camada é mais profunda e você nem sabe o quanto,
e eu tenho até medo que você saiba e se faça de tonta.
Quem sabe não jogamos dois a dois,
porque as vezes você também se cala,
me fala mas omite aquilo que eu sei que nos embala,
em briga, em rixa... mas não tenha medo, você não é a única que finge.
No final sei que somos ambos planejadores,
Eu criei planos e me enganei quanto ao seu próprio engano,
sei que sabe coisas de mim que eu nem sei mesmo de quando,
mas eu também sei coisas suas que você não sabe nem de qual ano.
A verdade é que eu te perdoo não pela minha própria culpa, mas pela nossa,
que se acumula e nos afoga nos nossos próprios sonhos.
Pelo menos eu admito as suas, mas e as minhas?
Preciso do seu perdão pra poder me exaltar na sua própria culpa.
Somos perfeitos um pro outro, e não é nessa que eu menti
Sabemos que se estivéssemos com outros, estaríamos ainda mais endividados,
mas nós erramos mutuamente e nisso nos pagamos,
Não temos mais dividas, nossos erros pagam a nossa fome.
Nos encaixamos perfeitamente na imperfeição que compartilhamos,
Somos um grande "faz de conta" que acaba feliz,
Não sei se aqui eu menti, mas mantenho na balança,
você acabou de mentir quando disse que não estava nessa dança.
No seu buquê de flores as folhas eram de plástico,
mas o aroma era doce como se fossem vivas de fato,
foi bem aí que começou a me enganar, quando disse que era na "fome e na pobreza",
mas sempre quer se manter insaciada.
Eu te alimento com jogos e finjo que não me preocupo,
a verdade é que quem mente mais é quem mantém o jogo,
se eu minto pelo seu bem, o que você faz pra me manter em fome de novo?
Saudade de quando planejávamos jogos um pro outro, não pelo seu ganho.
Não sabia que quando disse "eu te amo" eu iniciava o jogo,
Talvez se eu fosse avisado você me perdoaria de novo,
e não estaríamos nesse ciclo infinito que acaba no seu choro,
talvez extrapolamos e agora não saibamos mudar os planos.
Não quero mais sentir a fome do que fingimos que não enxergamos,
se eu me afogar quero que seja por nossos longos anos.
Acertos e erros acontecem e eu quero admitir,
mas se você vencer de novo acho que vou ter que ir.
Não sou competitivo é que eu gosto de sorrir,
não te reconheço a muito tempo e eu nem te vi partir.
Será que começamos a brincar assim que você me perdoou?
Ou foi no meu próprio erro que eu acabei te viciando no meu próprio jogo?
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